sexta-feira, 30 de julho de 2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010
vergonha na tv

Um caso extremamente sério e sigiloso. Caso de polícia. Esperei sair às opiniões dos diversos setores da mídia e a forma como as coisas seriam conduzidas para que pudesse comentar o caso. Há mais ou menos 50 dias que pelo menos dois garotos foram acusados de abusar sexualmente de uma menor de 13 anos de idade, a crueldade materializada. Até aí, tudo bem, visto que em nosso país noticias como essa já não é surpresa alguma. Só que ironicamente um dos acusados é filho de um dos diretores da “RBS” (Rede Brasil Sul de Comunicação), que controla emissoras de tevê afiliadas da “Rede Globo” em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, além de jornais e rádios.
No dia 4, o assunto ganhou destaque no “Domingo Espetacular”, programa jornalístico da “Rede Record”, que assegurou: o jornalismo da emissora irá se empenhar até o fim para que o assunto não caia no esquecimento como reivindica a população. Mas a cobertura tendenciosa da Record quis fazer o público ligar uma coisa a outra e não tem nada a ver. É claro que não foi o diretor da RBS, o autor do crime, nem muito menos ninguém de sua empresa, é delito jornalístico querer ligar situações inexistentes. É tendencioso. O que impressiona, também no caso, é a certeza de impunidade, um dos suspeitos, ao ser questionado por um internauta se tinha medo de ser preso, disse: “Tu ta me zoando, né?”. Como se estivesse acima da lei.
É claro que o fato do nome da Globo estar envolvido nesse triste episódio da história do país, apimentou o desejo da Record de dar destaque ao assunto e querer ir até o fim. A “Folha Universal” dedicou uma matéria completa sobre o fato. O “Diário Catarinense”, que pertence ao grupo RBS, publicou um comunicado “à comunidade catarinense”, no qual admite a participação de um integrante da família dona do grupo de comunicação. Leia trechos: “A família Sirotsky, sócia majoritária do Grupo RBS, diante de notícias recentemente veiculadas a respeito do envolvimento de um de seus integrantes em ocorrência policial em Florianópolis, esclarece que: Dispensa total solidariedade às famílias dos adolescentes envolvidos no lamentável episódio. Está acompanhando responsavelmente o adolescente, membro da terceira geração da família, com a atenção, a seriedade e os cuidados adequados à situação. Lamenta a forma irresponsável, maldosa e fantasiosa pela qual o episódio vem sendo propagado, principalmente por alguns sites e blogs na internet (…).”
Mas a Rede Globo de comunicação não se pronunciou, não tocou no assunto, que deveria ser visto como de cunho popular. Nota zero na cobertura da RBS. Se talvez o crime fosse cometido por filho de algum bispo da igreja Universal, com certeza o caso estaria sendo exposto até em rede nacional. Quanta cobertura tendenciosa das duas emissoras. Interesses mesquinhos com a intenção de sempre uma querer desqualificar a outra. A RBS/Globo pode até alegar que se trata de um menor, mas a desculpa seria esfarrapada, pois a emissora vem divulgando depoimento do menor que presenciou e contribuiu para a morte da ex-amante do goleiro Bruno. Situações envolvendo menores, mas com tratamentos diferentes da afiliada e da Rede Globo.
Mas episódios como esse não são novos. Quem não se lembra? Em 2008 a Globo dedicou um tempo absurdo, 10 minutos de uma reportagem atacando a Igreja Universal do Reino de Deus. Fundamentados em denúncia do Ministério Público, a Globo bombardeou a Record no mesmo jornal que fez questão de fechar os olhos pro caso dos adolescentes de Santa Catarina. A Record não deu a mínima para as denúncias do MP e não noticiou o fato que envolvia Edir Macedo e outros acusados. E pior do que isso, fez uma matéria contra-atacando a Rede Globo, como se a emissora dos Marinho tivesse agido errado em noticiar, mesmo que de forma absurda, a denúncia.
É essa guerra entre pólos que é muito mais séria do que parece.

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